Nas movimentadas ruas das cidades brasileiras, para muitas mulheres, o simples ato de caminhar representa momentos de tensão, especialmente ao utilizar o transporte público. O assédio e a violência contra a mulher nesses ambientes são problemas sérios que afetam a segurança e a liberdade de milhões de mulheres diariamente.

Para enfrentar essa realidade alarmante, uma campanha foi lançada com o objetivo de alertar a população sobre a importância da denúncia e do combate à importunação sexual no transporte público. Esta iniciativa visa conscientizar e desafiar estereótipos arraigados, como o de que “lugar de mulher é na cozinha e não no volante”.

De acordo com levantamento do Instituto Patrícia Galvão, cerca de 70% da população brasileira conhece alguma mulher que já sofreu assédio em espaços públicos. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que aproximadamente 30% das mulheres do país enfrentaram algum tipo de violência apenas no último ano.

A pesquisa do Instituto Datafolha expôs a frequência do assédio enfrentado pelas mulheres, com quatro em cada dez delas relatando terem recebido “cantadas” ou comentários desrespeitosos enquanto caminhavam pela rua. Tipos de violência verbal, perseguição, ameaças e até agressões físicas são lamentavelmente comuns.

No contexto do transporte público, a situação não é diferente. Para combater o machismo e a importunação sexual nesses espaços, uma campanha de capacitação de servidores e agentes públicos foi lançada. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre esses crimes e promover um ambiente de respeito e segurança para todos.

“A gente está dialogando com a sociedade como um todo, sobre as violências, como punir, educação, sobre esse ambiente que tem que ser de respeito”, afirmou Elisângela Araújo, secretária de Política para as Mulheres.

Além de desafiar estereótipos e conscientizar sobre a importância da denúncia, a campanha busca acabar com a impunidade e garantir que o transporte público seja um espaço seguro e inclusivo para todas as mulheres. É hora de agir coletivamente para acabar com a importunação sexual e promover a segurança e a igualdade de gênero em nosso país.